UX da questão

Marco Moreira
4 min readMay 8, 2020

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Ergonomia (ou a falta de), experiência do usuário online e offline.

Máquinas de café sofrem intervenção dos usuários pois uma necessidade de interpretação não prevista ou colocada em contextos culturais diferentes (Rótulo em inglês, por exemplo) possam ser compreendidas.

Se os usuários encontrarem uma maneira mais eficiente de usar o que você projetou, eles o farão, independentemente de como você quisesse que eles utilizassem.

Um breve contexto

Faz uns bons 20 anos que estudo e trabalho com Design, e essa experiência junto com a paixão que tenho pelo que faço faz com que eu vivencie as questões de experiência de uso nas coisas no dia a dia, na minha casa, com a minha família e com meus amigos, não apenas quando estou no trabalho. Sou daqueles que misturam o profissional com o pessoal.

Porque no fim é tudo a mesma coisa. Sou como sou pessoalmente no trabalho e sou como sou no trabalho dentro de casa. Embora a gente assuma diferentes papeis em ocasiões distintas, somos a mesma pessoa, com as mesmas dores, alegrias e com o mesmo caráter pra onde quer que a gente vá, não importa o papel no qual estamos atuando. Acredito muito nisso. Por isso até costumo dizer que eu não confio em um designer (no profissional) que não seja uma boa pessoa na vida fora do trabalho.

Meu olhar sobre as coisas

Meu olhar crítico (aquele olhar que designer que é designer sabe o que é) anda por onde quer que eu vá. Posso estar na padaria aqui do lado de casa ou em férias na Patagônia, não interessa, continuarei enxergando letras em tudo e reparando nos objetos do dia a dia. Quando estou em lugares novos, ainda pior, costumo ficar mais atento em novos ambientes, o que me faz criar mais também. Se eu fotografo tudo? “Quase nada”.

Designers (ou quem tem a alma de) são capazes de observar o comportamento das pessoas, reparar no movimento das coisas, nos barulhos que ouvem. Ser designer é estar aberto a tudo, absorver e usar todo o repertório para a formação de um senso crítico com o fim de criar e produzir produtos e serviços melhores para as pessoas.

Então eu gosto muito de fazer relações de objetos do dia a dia (offline) com algo que você só encontra online por exemplo, pois podemos ver que um problema de ergonomia, usabilidade, acessibilidade, de interpretação e entendimento de símbolos e textos que te faz perder tempo ou correr um risco de acidente está literalmente em todos os lugares da nossa vida. Isso vai desde a cadeira que você senta, no copo que você bebe, nos seus óculos, no mouse que você utiliza, nas calçadas que você anda, nas embalagens que você abre, nos utensílios que você usa para cozinhar e por aí vai.

Para tudo o que a gente olha teve um designer envolvido (ou alguém desempenhou o papel). A experiência de uso (UX — User Experience) está em absolutamente todos os produtos, serviços e ambientes que a gente interage. Tudo mesmo.

Por isso que eu sou apaixonado por produtos simples, ergonômicos e lindos de se ver e usar. Por isso também que eu gosto de observar, registrar e tecer críticas, elogios ou simples observações a respeito das coisas que interajo.

Então qual é o X da questão?

O X da questão está entre as diversas situações vivenciadas com produtos e serviços nos locais por onde passo — inclusive, dentro de casa.
Todas essas situações estão reunidas num perfil do Instagram que criei com o nome “UX da questão”… entenderam o trocadilho?

Em tempo, uma descrição sucinta do que significa “X da questão” segundo definição do Dicionário Informal:

Expressão usada para selecionar, enfatizar ou ressaltar alternativas, tanto em teste e questionários como em situações comparativas. É a única alternativa correta entre incorretas ou parcialmente corretas. Também usada para ressaltar a importância de um fato.

A ideia do UX da questão é não só mostrar a falha ou qualidade das coisas, mas provocar, gerar questionamentos que muitas vezes eu não tenho a resposta. As reflexões e discussões que rolam nos posts são bastante enriquecedoras para quem acompanha os posts, inclusive para mim.

Meu desejo é que as pessoas (incluindo não designers) levem as questões do dia a dia para seus estudos, para o seu trabalho e, por que não aprimorar o ponto de vista sobre as coisas?

Como nós designers enxergamos o produto e como o usuário realmente enxerga

Por isso traço muitos paralelos e metáforas para que os seguidores consigam construir essa relação entre os meios e ver como pequenos erros ou acertos podem fazer uma grande diferença na experiência dos usuários em qualquer tipo de produto, seja um aplicativo, um varal de roupas, uma torneira ou uma porta (Né, Don Norman?).

Quem sabe um dia o UX da questão se torne um grande repositório de comportamentos de pessoas utilizando coisas, que possa servir de referência para estudos aos designers. Tipo, quer antever problemas e não repetir o erro navegando através de cases com problemas de ergonomia em interfaces de máquinas de café, embalagens, etc? Tem lá no UX da questão!

Então se você ainda não acompanha o UX da questão no instagram, fica aqui o convite! ;)

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